
Reciclagem de baterias ganha novo impulso com tecnologia de membrana da Lifthium
A Europa está a entrar na década em que as baterias usadas dos veículos elétricos terão de deixar de ser um problema para passarem a representar uma oportunidade. E a Lifthium quer estar na linha da frente dessa transformação. A nova tecnologia de membrana desenvolvida pela empresa para a refinação sustentável de lítio permite algo até aqui fora do alcance da indústria europeia: converter, de forma mais limpa e circular, o carbonato de lítio obtido na reciclagem de baterias em hidróxido de lítio de grau bateria (LHM).
Esta solução tecnológica, mais sustentável que a conversão química convencional com hidróxido de cálcio, utilizada em países como o Japão, EUA e China, representa um importante passo para a implementação no espaço europeu de uma rota circular e eficiente para o lítio recuperado de baterias de veículos elétricos (VE) em fim de vida, cuja disponibilidade deverá aumentar mais de 20% ao ano até 2040*.
A avançada tecnologia eletroquímica e de purificação da Lifthium alcança taxas de recuperação de lítio substancialmente mais altas, gerando um mínimo de resíduos em comparação com os processos convencionais. Posicionada como uma solução de última geração, ela incorpora os princípios de circularidade, eficiência e descarbonização em toda a cadeia de valor do lítio.
Uma vantagem fundamental desta inovação reside na capacidade de remover impurezas complexas comumente encontradas na reciclagem de baterias — tais como fluoretos, fosfatos, silicatos e sulfatos —, produzindo hidróxido de lítio de qualidade para baterias com um nível de qualidade inigualável na indústria atual.
Este processo de reciclagem evita a formação de efluentes líquidos complexos, reduz o consumo de reagentes e minimiza o impacto ambiental associado ao tratamento de resíduos. Por outro lado, consegue tratar composições mais desafiantes e aproveitar materiais que, de outra forma, poderiam ser rejeitados ou exigiriam tratamentos adicionais dispendiosos.
Para a Lifthium, esta capacidade de tratar composições complexas oriundas da reciclagem, sem etapas intermédias, constitui um fator diferenciador competitivo, alinhado com as diretivas europeias sobre reciclagem, sustentabilidade e rastreabilidade de matérias-primas críticas no contexto da transição energética.
Aposta estratégica
O aumento muito expressivo do número de VE em circulação dará nos próximos anos uma preponderância crescente ao segmento de reciclagem de baterias, conferindo-lhe um papel cada vez mais relevante na cadeia de abastecimento global. As projeções apontam para que, até 2030, entre 20% a 40% do lítio refinado na Europa possa ter origem em baterias em fim de vida**.
Além da excelência nos processos, o acesso à matéria-prima e o estabelecimento de parcerias estratégicas são apontados como os principais fatores críticos para o sucesso neste novo mercado.
A integração de uma proporção crescente de carbonato de lítio proveniente de fontes recicladas na produção de hidróxido de lítio é, para a Lifthium, um objetivo estratégico, acompanhando a evolução natural da disponibilidade desta matéria-prima secundária no mercado europeu.
Foi nesse âmbito que assinou já um Memorando de Entendimento (MoU) com a Mecaware, empresa europeia especializada em tecnologias de reciclagem de baterias, com foco na recuperação seletiva de metais críticos, incluindo o lítio, numa etapa fundamental para a consolidação da frente de trabalho na área da reciclagem de lítio.
A incorporação de lítio reciclado numa cadeia de produção localizada, circular e sustentável representa uma oportunidade de negócio crescente, mas é também uma resposta à necessidade europeia de reduzir a dependência externa, de assegurar matérias-primas críticas e de atingir os objetivos de neutralidade carbónica.
Fontes:
*McKinsey Battery Insights
**Lifthium Energy
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